uma real biblioteca portuguesa no rio de janeiro


O Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro é o vencedor da categoria Cultura e Ciência da edição 2007 dos prêmios da Fundação Luso-Brasileira. Segundo a coordenadora dos prêmios, Mariana Castro Caldas, a instituição vai receber a condecoração devido “à sua contribuição para a aproximação cultural entre Portugal e o Brasil”.

Na rua Luís de Camões, ao lado da praça Tiradentes, a fachada do Real Gabinete Português de Leitura destoa de todos os prédios ali, mesmo os antigos. Criado em 1847, o edifício foi construído em 1880, em estilo manuelino, como chamam os portugueses por se tratar da arquitectura gótica renascentista do período dos descobrimentos – época do reinado de D. Manuel I (1495-1521) – a instituição guarda uma preciosa coleção que é aberta ao público desde 1900. Porém, ali, logo na fachada, seremos recepcionados pelas estátuas do infante dom Henrique, de Pedro Álvares Cabral, de Vasco da Gama e, numa biblioteca não poderia faltar, de Camões.


Se o exterior, que guarda semelhanças com o Mosteiro dos Jerónimos em versão reduzida, impressiona, o interior já usado como cenário no cinema e na televisão nem se fala. O interior vertical culmina com uma bela abóbada por onde a luz entra e reflete nas inscrições douradas dos cerca de 350 mil livros que emolduram a parte interna do prédio.

Os livros não têm o aspecto atual de peças de publicidade, quase todos eles são de capas duras e escuras, tendo na lombada o título e o autor inscritos em dourado. Porém, o mais importante é que ele guarda o mais valioso acervo de autores portugueses fora de Portugal. Entre as obras mais raras da biblioteca estão a edição princeps de Os Lusíadas, de 1572, que pertenceu à Companhia de Jesus; as “Ordenações de D. Manuel”, por Jacob Cromberger, editadas em 1521; os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeran”, editados em 1539; “Verdadeira Informaçam das Terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo o Padre Francisco Alvarez”, de 1540. Além disso, a biblioteca possui os manuscritos autógrafos do “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, e o “Dicionário da Língua Tupy”, de Gonçalves Dias.

Poucos brasileiros, inclusive cariocas, conhecem esta biblioteca. Vale a pena dar uma passada por lá, mesmo que não seja adepto dos livros. É que o Real Gabinete também possui uma importante coleção de numismática e pinturas de Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina.

Para visitar na internet: www.realgabinete.com.br/
Para visitar no Rio de Janeiro: Rua Luis de Camões, 30, perto da Praça Tiradentes.

Fotos: Claúdio Lara
Fonte: Agência Lusa

6 Respostas

  1. O Real Gabinete Português de Leitura está ligado a Academia Brasileira de Letras. As primeiras reuniões da ABL foram realizadas neste edifício e presididas por Machado de Assis.
    😉

  2. Muitos Livros, mapas, moedas e manuscritos da Real Biblioteca portuguesa foram trazidos pela Família Real. Com esse acervo, D.João fundou a Biblioteca Real, atualmente chamada Biblioteca Nacional. Hoje, com mais de 4 milhões de volumes, é a maior Biblioteca do Brasil.
    Atualmente, sempre que um livro é publicado, um exemplar dele é enviado à Biblioteca Nacional.

  3. Nossa, fiquei extasiada com tamanho monumento, sou moradora do Rio, mas confesso que não conhecia, até dias atras quando vi pela primeira vez na novela. Com certeza em breve visitarei, confesso que não sou adepta a leitura, mas tenho dois filhos e quero ensina-los o prazer da leitura. Mas gostaria de saber horarios, valores…

  4. ESSA BIBLIOTECA E MUITO GRANDE, E MUITO LINDA.

  5. adorei tuuudo

  6. Senhores, preciso de informações sobre João Coutinho Portugal, filho de Vicente Ferreira de Aguiar e Maria Clara de Alvis. João Coutinho Portugal era da Província de São Cristóvão, portugal, veio para o Brasil, a partir de 1745, e fixou moradia na Fazenda Santo Antônio,no Sul de Minas, hoje Congonhal, próximo a Pouso Alegre.

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